Venezuela: a zebra da Copa América?

Desde o primeiro jogo da competição, a equipe da Venezuela vem dando trabalho para todos os adversários que aparecem na sua frente. Inclusive, compõe uma seleta lista de invictos da competição até agora, em que também faz parte a seleção brasileira, Colômbia e Uruguai, deixando para trás times como a Argentina e Chile, equipes que protagonizaram as últimas finais da competição. Mas será que isso tudo é apenas sorte ou fruto de um grande trabalho?

Uns podem pensar que foi apenas uma sorte grande. Se formos analisar os dois primeiros jogos da seleção venezuelana na Copa América, onde enfrentou Peru e Brasil, respectivamente, ambos os jogos terminaram com o resultado de 0x0 e muita polêmica envolvida, tendo vários gols anulados para as outras seleções e favorecendo o time da Venezuela.

Mas apesar das polêmicas, os números estão aí para seguir provando que a equipe vem fazendo um trabalho a ser destacado, até porque um empate com a seleção brasileira e vice colocação num grupo onde os favoritos eram Brasil e Peru são feitos a ser comemorados. Isso tudo se deve ao trabalho do técnico Rafael Dudamel e da grande base que vem criando para poder ter uma geração forte, promissora e que bata de frente com outras grandes seleções.

“Viemos para jogar os seis jogos”

Confiança no trabalho. Isso descreve bem o sentimento do técnico e dos jogadores da Venezuela no momento. A frase “viemos para jogar os seis jogos”, dita por Dudamel, só comprova a confiança que o grupo todo tem no futebol de sua seleção, onde esperam no mínimo, chegar até a final. Apesar das palavras motivadoras, mesmo com uma derrota da Venezuela para a Argentina nesta quinta-feira (28), a equipe seguirá crescendo com todo o bom trabalho que vem fazendo e voará cada vez mais alto, rumo a Copa do Mundo de 2022.

Toda essa credibilidade que o time vem tendo não é atoa. No início deste ano, a seleção vinotinto derrotou a equipe de Lionel Messi pelo surpreendente placar de 3×1. Além disso, a equipe também conseguiu importante vitória diante dos Estados Unidos pelo placar de 3×0, perdendo apenas para o México, onde sofreu uma derrota por 3×1, jogo que marcava a quebra da invencibilidade venezuelana.

Azar na economia e sorte no futebol?

Mesmo com todos os problemas internos ligados a economia do país, os jogadores não deixam que essa situação os desmotive, pelo contrário, enxergam como uma forma de levar alegria para a população da Venezuela. Um dos principais nomes da equipe, o atacante Salomón Rondón diz que a ideia deles é tentar transmitir a felicidade que sentem em campo para que assim, durante 90 minutos, todos pensem apenas em futebol e tirem a cabeça dos problemas do dia a dia.

A ideia dos atletas quando entram em campo é tentar mandar uma mensagem positiva e encorajadora para a população. Apesar de nem tudo ser tão fácil, muitos deles pensam na família que está morando por lá, passando por dificuldades diariamente, eles tentam não enxergar como uma pressão e levam como motivação a possibilidade de deixar um sorriso no rosto do povo venezuelano.